
O panorama da liberdade de imprensa na América Latina só piorou, com um “aguçamento da repressão” do jornalismo independente e da “violência” contra os jornalistas, alertou este sábado Efe Ricardo Trotti, diretor-executivo da Associação Interamericana de Imprensa (SIP), que realizar sua reunião semestral de terça a quinta-feira.
Nos últimos seis meses, a situação da liberdade de imprensa na região “só piorou”, com uma série de características dominantes nos últimos anos, como “a violência contra a mídia e o assassinato e prisão de jornalistas”, denunciou Trotti.
Nestes primeiros três meses do ano, 13 jornalistas foram mortos na América Latina, 8 deles no México, um número alarmante que revela a “fraqueza” dos sistemas de proteção e segurança para esses profissionais, uma questão que será abordada na Reunião do Meio do Ano, que será virtual formato.
Trotti, ex-editor-chefe do jornal argentino El Liberal, reconheceu sentir “frustração e desamparo” ao testemunhar como os rápidos reveses na área de liberdade de imprensa e expressão arruinam os dispendiosos progressos realizados.
Escalada da repressão e da violência contra jornalistas
Ele destacou particularmente o “aguçamento da repressão contra o jornalismo, seja por condenações, prisão ou violência física” na região, particularmente na Nicarágua, além da Venezuela e Cuba.
Ele observou que os mais recentes relatórios país a país a serem apresentados na reunião da SIP refletem que “não estamos falando de meros tapas contra a liberdade de imprensa, mas de ataques sistemáticos”.
Assim, na Nicarágua, país que será o foco do encontro, três jornalistas do jornal La Prensa são presos com penas de até 13 anos de prisão e o jornal “ainda está ocupado pela polícia”, disse.
Durante o encontro, serão ouvidos os depoimentos das famílias de jornalistas presos e perseguidos pelo regime de Daniel Ortega, e será adotada uma declaração com “vários pontos de ação para responder aos ataques ao jornalismo e aos direitos humanos” no país centro-americano, informou a SIP.
Trotti referiu-se, nesse contexto, à “estigmatização contínua da mídia e dos jornalistas” observada em países como El Salvador ou México, e às “leis crescentes que prejudicam o livre fluxo de informações na cobertura dos jornalistas”.
Assim, recentemente, a Assembleia Legislativa de El Salvador, com maioria oficial, aprovou uma série de reformas no Código Penal e na Lei de Proibição de Gangues, que, de fato, “praticamente proíbe a mídia de publicar sobre questões de violência de rua ou gangues”.
Grande parte dos relatórios a serem lidos na reunião da SIP abundam sobre o “grave problema do acesso à informação pública” e, paralelamente, “a falta de transparência” dos Estados para “informar ou fornecer acesso à informação aos jornalistas” sobre assuntos relacionados à corrupção ou à saúde pública (o coronavírus).
México, o país mais perigoso para a prática do jornalismo
Quanto ao México, Trotti não hesitou em garantir que hoje é o país “mais perigoso” da região para a prática do jornalismo, com “um alto índice de impunidade” para os crimes e um sistema de proteção aos jornalistas que “não está funcionando corretamente”, porque “não há justiça ou proteção”.
Ele lembrou que a SIP tem repetidamente “recriminado” o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador por sua retórica de estigmatizar a mídia e os jornalistas.
Um tipo de discurso estigmatizante (de López Obrador) contra a imprensa que “contribui para mais violência contra jornalistas no país”, disse.
Esse é um tipo de ataque verbal à mídia que também é usado pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e o do Brasil, Jair Bolsonaro, acrescentou.
Outra questão importante a ser abordada na reunião será a das altas penas de prisão em Cuba devido aos protestos populares de 2021.
No dia 20, será debatida a sustentabilidade da mídia, “a crise causada pelas mudanças no modelo de negócios e na internet”.
Entre os participantes agendados para esta reunião semestral estão o relator especial sobre liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca, o representante da UNESCO Guilherme Canela e o ministro canadense do Patrimônio Pablo Rodríguez.
Rodriguez falará sobre a proposta de lei para empresas como Google ou Facebook pagarem à mídia no Canadá pelo uso de seu conteúdo em suas plataformas digitais.
(Com informações da EFE)
CONTINUE LENDO:
Más Noticias
La mejor manera de cocer los gambones para esta Navidad: el tiempo exacto para una textura perfecta y un pelado muy sencillo
Un cocinado que te llevará menos de 10 minutos y que es ideal para acompañar las grandes comidas de la época navideña

Bombarderos rusos se unieron a las maniobras del régimen chino cerca de Japón en medio del aumento de la hostilidad de Beijing
De acuerdo con la cartera de Defensa japonesa, dos bombarderos rusos Tu-95 con capacidad nuclear volaron desde el Mar de Japón hacia el Mar de China Oriental, donde se unieron a dos bombarderos chinos H-6, realizando lo que describieron como un “vuelo conjunto de larga distancia” en el Pacífico
Cientos de legionarios se dirigen a Eslovaquia: 800 militares del Ejército de Tierra renuevan la misión española de la OTAN
Las Fuerzas Armadas mantiene desplegados unos 1.600 militares en Eslovaquia, Letonia, Rumanía y Lituania

La Cámara de Diputados de Brasil aprobó un proyecto de ley para rebajar la pena por golpe de Estado contra Jair Bolsonaro
La cámara baja brasileña aprobó la medida con 291 votos a favor, 148 en contra y una abstención. El proyecto, que ahora pasa al Senado, podría beneficiar al ex mandatario y otros participantes en los actos golpistas ocurridos tras las elecciones de 2022
El Supremo niega la nacionalidad española a un apátrida nacido en Barcelona y criado en Inglaterra porque “no la solicitó en tres décadas”
Su posterior intento de “recuperación” quedó descartado, ya que la legislación exige que el solicitante acredite residencia legal en España o vínculo familiar de emigrante español, condiciones que no pudo demostrar
