
O amor digital trouxe novas formas de vinculação e novos idiomas.
Seguindo a teoria do pensamento do renomado psicólogo Lev Vygotsky, pode-se concluir que tanto a linguagem quanto o pensamento estão intimamente ligados, influenciam um ao outro e simultaneamente. Visto dessa forma, os novos elos e conceitos de virtualidade estão em constante interação.
Nesta rica troca de ideias e formas, surgiram novas terminologias que são aplicadas no nível do amor (e desgosto). É o caso do fantasma que vem do termo inglês “fantasma” ou “fantasma” e se refere aos casos em que após várias datas ou mesmo tendo um relacionamento por um certo período de tempo, uma das pessoas desaparece, sem explicação.
Breadcrumbing, que pode ser traduzido literalmente como “deixar migalhas”, refere-se às ações das pessoas que não desaparecem completamente, mas não materialize nem uma data nem uma reunião. De vez em quando, eles deixam uma saudação virtual ou fazem um comentário nas redes para dizer “aqui estou”, mas não exatamente.
Há um elemento em comum com o que é conhecido como órbita, um comportamento que envolve cortar links completamente no mundo analógico, mas permanecer conectado na virtualidade por meio de retuítes, curtidas e comentários nas redes sociais.

O banco, por outro lado, está relacionado ao breadcrumbing, porque também envolve colocar a pessoa “no banco dos substitutos” para tê-lo como plano B ou mesmo C se outras coisas falharem. Para fazer o banco, é necessário fazer breadcrumbing, ou seja: manter contato para deixar a outra pessoa em vil e não perdê-la completamente.
Por sua vez, o amortecimento é chamado de comportamento de algumas pessoas que têm um parceiro e, simultaneamente, mantêm várias “almofadas” ou “almofadas”, ou seja, pessoas que flertam de vez em quando, sem necessariamente especificar, para ter backup caso o vínculo com o parceiro seja quebrado.
“Em relação à esfera afetiva, as plataformas deram origem a várias formas de interação, nas quais é possível ver diferentes comportamentos neuróticos”, diz a Dra. Mónica Cruppi, psicóloga, autora e membro da Associação Psicanalítica Argentina (APA), em diálogo com a Infobae.
Para o especialista, o uso quase massivo atual das redes sociais gerou alguma legitimação social em muitos dos comportamentos mencionados acima.

“Talvez pudéssemos pensar nessa crueldade e indiferença socialmente aceitas como consequência do mal-estar atual - que foi atravessado entre outros fatores pela pandemia - juntamente com a quebra do vínculo social, que causa solidão, isolamento, frustração e decepção em relacionamentos”, analisa Cruppi.
O sociólogo Diego Ezequiel Litvinoff, também enfatiza a transformação dos links que foram dados por plataformas e outras formas de interação digital.
“Se a princípio a virtualidade se mostra como uma forma de continuar as relações humanas anteriores por novos meios, com o tempo fica claro que ambos são o resultado e que canalizam e potencializam uma transformação na própria natureza dessas relações e da dos seres humanos com máquinas”, enfatiza o sociólogo, em diálogo com a Infobae.
Em sua visão, a virtualidade não é apenas um novo meio no qual as relações humanas ocorrem, mas “materializa uma mudança de paradigma histórico nas relações de poder e resistência”.
Amor em tempos de virtualidade
A tecnologia pode ser vista positivamente se você acha que as redes abriram muito mais possibilidades de interação do que em qualquer outro momento da história. Hoje estamos literalmente a um clique de conhecer milhares de pessoas.
“Gilles Lipovetsky acha que hoje é muito mais fácil conhecer pessoas, mas elas estão ligadas por menos tempo; pesquisas mostram que em algum momento há uma grande decepção e, apesar da rede e dos smartphones, o sentimento de solidão e frustração persiste”, diz Cruppi.
A virtualidade, então, abriu mais caminhos, mas também levou, por meio dessa mesma expansão, à transitoriedade de vínculos e desejos. Litvinoff, por sua vez, ressalta que as pessoas ficam à mercê do sistema e acabam reproduzindo os códigos que prevalecem, neste caso, falando sobre virtualidade.
“As redes não são usadas para procurar um parceiro, mas descobriu-se que o casal continua a alimentar a circulação de códigos digitais. O meio define as regras do jogo em que sempre vence, enquanto o assunto não é que ele perca, mas esteja sempre à margem como um multiplicador desses códigos”, aponta o especialista.

Há alguns anos, sociólogos e pesquisadores da Conicet, Maximiliano Marentes, Mariana Palumbo e Martín Boy publicou um artigo que analisa alguns desses códigos que surgiram ou foram aprimorados pela virtualidade.
“Quando alguém espera, há alguém que se mantém esperando, mas isso não é fixo: nos relacionamentos amorosos os assuntos mudam e a dinâmica muda”, enfatizam os pesquisadores do estudo que acertei em cheio na visão: jovens e esperanças de amor baseadas em novas tecnologias.
E eles acrescentam que as novas tecnologias não são, por si só, prejudiciais aos links, apenas que representam novos desafios.
“Para nós, as redes não são negativas: com elas as pessoas se juntam, se relacionam, recontra e erotizam. Só isso, às vezes, porque eles permitem tanto controle eles também tornam o assunto mais fora de controle: eles nos fazem sentir que a outra pessoa não está fazendo o que é esperado”, disse Palumbo, no comunicado que foi divulgado naquele momento.
E ele também se concentrou no papel que as expectativas desempenham e na capacidade de se adaptar nesses novos contextos.
“Muitas vezes, aqueles que navegam melhor na corrente do amor são aqueles que têm uma visão mais pragmática: é assim, ponto final. Para quem começa com muitos ideais, todo ideal que não é cumprido implica sofrimento”, concluiu o sociólogo.
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